Eu podia dizer que o meu livro favorito é Pedra Filosofal simplesmente porque ele foi o primeiro, porque nunca me esquecerei da minha curiosidade acerca dele, quando a minha avó mo deu olhando bem fundo nos meus olhos, sendo que os dela brilhavam e dizendo: "li bastante sobre a saga, sobre a autora e li várias passagens dele. Minha querida, lê-o e dir-me-ás o que achaste mas nunca te esqueças das lições que vêm aí dadas. Espero que gostes dele tanto quanto eu gostei para to oferecer. Diverte-te e depois conta-me tudo. E quando quiseres os outros, diz-me, que é com todo o gosto que tos ofereço." E começou uma paixão que se transformou em amor, porque eu tinha a exacta idade do Harry a cada livro, porque sentia as aventuras deles, as perdas, os fracassos e as derrotas como se meus fossem.
Nunca esqueci de nada, avó. Como nunca me esquecerei de ti.
Podia dizer que o meu livro favorito é Cálice de Fogo, talvez porque me parece que ele é um marco da metade da adolescência. Algures a meio caminho entre a criança que ficou para trás e o jovem adulto que virá adiante, talvez porque ele tem um tom de acabar com a inocência, destruir alguns sonhos e colocar desejos e esperanças no futuro, especialmente porque acho que a forma como se vive essa fase e aquilo que se retém dela, marca a personalidade de cada indivíduo para sempre. Parece-me que foi ontem, que enquanto lia o quarto livro, ia perdendo, juntamente com o Harry, parte da minha inocência.
Porém, nenhum destes é o meu favorito. Talismãs da Morte ocupa esse lugar, desde a primeira página, até ao fim, não só por todo o tom em que é escrito, meio tenso, meio melancólico meio sereno, que é o meu favorito, com todas as peripécias e finalmente o desvendar de tantos "porquês" como pela maneira brilhante de fechar o ciclo, pela soma de tudo o que aprendi ao longo da saga e do que senti quando cheguei ao "tudo estava bem", marcou-me a alma a ferro e fogo, para sempre. E por isso, obrigada. Nunca me esquecerei, until the very end.
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